quinta-feira, 28 de abril de 2011

Bela sem vela

Bela sem vela  


Como é bela a magrela

Sem vela, ela baila ao sabor do vento
Sem medo, ela desliza ladeira a baixo

E quando é para subir,
Exige de nós o mais saboroso esforço,
Que termina em gotas e gostas de suor

Bailarina graciosa, leve
Faz da sua dança um jogo:
Nos velódromos, é o galgo enlouquecido

Elegante, com suas linhas suaves
Silenciosa no seu deslizar
Uma cabra das montanhas,
Que escala, cala e mergulha no abismo...
Fria, cruza a linha da vitória...

Como uma serpente, sibila
e requer cuidado, calor, energia
para que a caça possa ser proveitosa;
Cobra, cobra inteligência;
Cobra das estradas, fuga em sol maior...

Polida, colorida, quieta no seu canto
Aguarda a próxima saída.
Quem foi que deu as rodas
A esta fêmea das estradas.
Robson Corrêa de Araújo (2003)